Herbert
Marcuse
19/07/1898,
Berlim, Alemanha e 29/071979, Berlim, Alemanha
As idéias de Marcuse influenciaram as revoltas
estudantis da década de 1960
Herbert Marcuse nasceu em Berlim,
capital da Alemanha, filho de pais judeus. Estudou literatura e filosofia em
Berlim e Freiburg, onde conheceu filósofos como Martin Heidegger, um dos
maiores pensadores alemães na época. Aos 24 anos, ele voltou à cidade natal,
onde trabalhou na venda de livros. Retornou a Freiburg para ser orientado por
Heidegger em seu doutorado sobre o filósofo Hegel.
Quatro anos depois, em 1933, por
causa do governo nazista, Marcuse não foi autorizado a completar seu projeto.
Assim, foi trabalhar em Frankfurt, no Instituto de Pesquisa Social. Ainda no
mesmo ano, ele imigrou da Alemanha para a Suíça, indo em seguida para os
Estados Unidos, onde obteve a cidadania em 1940. Durante a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), Marcuse trabalhou para o governo norte-americano,
analisando relatórios do serviço de espionagem sobre a Alemanha, atividade que
durou até 1951.
No ano seguinte, começou a
carreira de professor universitário de teoria política, primeiro em Colúmbia e
em Harvard, depois em Brandeis, onde ficou de 1954 até 1965. Já perto de se
aposentar, foi lecionar na Universidade da Califórnia, em San Diego. Suas
críticas à sociedade capitalista, em especial na obra "Eros e
Civilização", de 1955, e em "O homem unidimensional", de 1964,
fizeram eco aos movimentos estudantis de esquerda dos anos 1960."O homem
unidimensional" pode ser visto como uma análise das sociedades altamente
industrializadas.
Marcuse critica tanto os países
comunistas quanto os capitalistas, por suas falhas no processo democrático:
nenhum dos dois tipos de sociedade foi capaz de dar igualdade de condições para
seus cidadãos. Ele argumentava que a sociedade industrial avançada criava
falsas necessidades que integravam o indivíduo ao sistema de produção e de
consumo. Comunicação de massas e cultura, publicidade, administração de
empresas e modos de pensamento contemporâneos apenas e produziriam o sistema
existente e cuidariam para eliminar negatividade, críticas e oposição.
O resultado, dizia, era um
universo unidimensional de idéias e comportamento, no qual as verdadeiras
aptidões para o pensamento crítico eram anuladas. Marcuse viveu para assistir e
sentir os efeitos do que teorizou: tinha 70 anos quando eclodiu a Revolução
Inesperada, a grande revolta estudantil de 1968 em praticamente todos os países
do mundo. Por sua capacidade de se engajar seriamente e apoiar os estudantes
que protestavam contra a guerra do Vietnã (1961-1974) e queriam mudar a
sociedade e a política, Marcuse logo ficou conhecido como o "pai da nova
esquerda", apelido que ele rejeitava. Fez vários discursos engajados nos
Estados Unidos e na Europa no fim da década e durante os anos 70. Morreu de infarto
durante uma visita à Alemanha, dez dias depois de completar 81 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário