ENFIM, O SILENCIO DAS
LÍNGUAS CANSADAS
(In Casa no Campo, Zé Rodrix)
FINALMENTE,
línguas, bolsos e “redes sociais” em silencio. Ninguém aguentava mais. Se foi
reduzido a campanha política para quarenta e cinco dias ainda é demais. É muito
tempo para tanta canalhice, baixíssima criatividade e merda, pura merda. Nem me
fale nos malditos carros de som e nas horripilantes musiquinhas de campanha. Idiotice,
ridículo, antigo, ultrapassado. Merda, merda.
Mas
porque uma campanha política virou esse angu de caroço que é difícil destrinchar
ou ainda mais engolir? Cadê os marqueteiros de planta, onde está a criatividade?
Acho
melhor perguntar pelos “investidores” de plantão. Esses podem realmente
explicar o expressivo contingente de votos de Valmir da Integral, do Brás e do Zacarias
e tantos outros “ganhadores” na mega cena. Cena com c mesmo, de cenário, cena política,
armistício, status quo, bagunça, crimes, mesmice. Nas eleições da fome e da miséria
um voto valeu muito pouco. Todos pagaram em torno de cem reais, nas barbas da “justiça
e do ministério público” eleitoral.
Marketing,
propaganda? Olha a estrutura da campanha do 25. Branca, graúda, dentro dos padrões
estéticos que orientam a mídia da maior nação negra do mundo, onde os negros
não se gostam de se ver na telinha ou imitando a classe dominante. Valeu para o
que? O protagonista da campanha ficou bem aquém de seus próprios números, uma
derrota tremenda se comparada a estratégia e gastos do primeiro e segundo colocados.
Esse segundo, dono da máquina pública e com recursos inesgotáveis, numa estratégia
de marketing equivocada e mesmo comprando milhares de votos perdeu bilhões, mais
quatro anos de boquinha na vaca da prefeitura de Parauapebas.
Para
que marketing eleitoral se no frigir dos ovos o que resolve mesmo é o bolso ou
a Bufunfa, então nunca inventaremos nada?
Os
candidatos a vereadores, os mais inventivos foram duramente penalizados. Os “donos”
de votos, que contavam três mil, dois mil, ficaram a ver navios. Perderam feio
e o rumo. Ganhou descaradamente aqueles que puderam pagar à vista no dia da
eleição. Uma plateia tonta e de repente com algo que valia cem reais e que
seria dado de graça mesmo, haja visto a obrigatoriedade de fazê-lo. Cem reais é
uma cesta básica, dá para comer dois, três dias.
A
baixa abstenção não foi consciência política ou vontade de participar. Foi exigência
do estômago. Apenas isso. Lamentável.
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