domingo, 9 de outubro de 2016

Demorou demais acabar



ENFIM, O SILENCIO DAS LÍNGUAS CANSADAS
(In Casa no Campo, Zé Rodrix)













FINALMENTE, línguas, bolsos e “redes sociais” em silencio. Ninguém aguentava mais. Se foi reduzido a campanha política para quarenta e cinco dias ainda é demais. É muito tempo para tanta canalhice, baixíssima criatividade e merda, pura merda. Nem me fale nos malditos carros de som e nas horripilantes musiquinhas de campanha. Idiotice, ridículo, antigo, ultrapassado. Merda, merda.

Mas porque uma campanha política virou esse angu de caroço que é difícil destrinchar ou ainda mais engolir? Cadê os marqueteiros de planta, onde está a criatividade?

Acho melhor perguntar pelos “investidores” de plantão. Esses podem realmente explicar o expressivo contingente de votos de Valmir da Integral, do Brás e do Zacarias e tantos outros “ganhadores” na mega cena. Cena com c mesmo, de cenário, cena política, armistício, status quo, bagunça, crimes, mesmice. Nas eleições da fome e da miséria um voto valeu muito pouco. Todos pagaram em torno de cem reais, nas barbas da “justiça e do ministério público” eleitoral.

Marketing, propaganda? Olha a estrutura da campanha do 25. Branca, graúda, dentro dos padrões estéticos que orientam a mídia da maior nação negra do mundo, onde os negros não se gostam de se ver na telinha ou imitando a classe dominante. Valeu para o que? O protagonista da campanha ficou bem aquém de seus próprios números, uma derrota tremenda se comparada a estratégia e gastos do primeiro e segundo colocados. Esse segundo, dono da máquina pública e com recursos inesgotáveis, numa estratégia de marketing equivocada e mesmo comprando milhares de votos perdeu bilhões, mais quatro anos de boquinha na vaca da prefeitura de Parauapebas.

Para que marketing eleitoral se no frigir dos ovos o que resolve mesmo é o bolso ou a Bufunfa, então nunca inventaremos nada?

Os candidatos a vereadores, os mais inventivos foram duramente penalizados. Os “donos” de votos, que contavam três mil, dois mil, ficaram a ver navios. Perderam feio e o rumo. Ganhou descaradamente aqueles que puderam pagar à vista no dia da eleição. Uma plateia tonta e de repente com algo que valia cem reais e que seria dado de graça mesmo, haja visto a obrigatoriedade de fazê-lo. Cem reais é uma cesta básica, dá para comer dois, três dias.

A baixa abstenção não foi consciência política ou vontade de participar. Foi exigência do estômago. Apenas isso.  Lamentável.

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